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terça-feira, 31 de janeiro de 2012

QUE SE CHAMA SAUDADE









Chove muito forte
Toda a correnteza que se arrasta
tem a luz da minh´alma afogada

São horas que não se contam
hordas que se acotovelam
na orla dos meus olhos

E na chuva que cai
meu orgulho que se esvai
meus lábios que singram a linha do Equador
capturando as pérolas que compoem a luz do sol
Para aliviar a minha dor
dos meus dias atormentados
pela ausência de quem amo

A chuva que cai
Bate em desassossego, sorri amargamente
Lê em voz alta meus pensamentos
Poe sal nos doces momentos de prazer
Bate forte no chão da minh`alma
E cai de mim como chuva
Toda a lágrima
que apaga a tela dos desejos
Nascendo em mim
um oceano que se chama SAUDADE






domingo, 15 de janeiro de 2012

QUE SEJA POR UM ANJO!


Da próxima vez que eu me apaixonar
que seja por um anjo



Os anjos querem o nosso amor
E em troca nos protegem
não nos pedem conta dos nossos erros
simplesmente nos compreendem



os anjos não perguntam para onde vamos
simplesmente nos seguem
com as asas estendidas buscando a nossa protecção


pacientemente, enxugam as nossas lágrimas
                       ensinam-nos a caminhar
                       ajudam-nos a levantar quando caímos
                       E nos lembram que o amor não vem do coração mas da alma





Quero apaixonar-me por um anjo!
que o meu lar seja à sombra das suas asas
que o nosso diálogo seja em silêncio
no palpitar do coração
no olhar entrecruzado



- Dizer que te amo, anjo
entre nuvens num abraço de sonhos
- Dizer que te amo, anjo
construindo o amor em cada passo!



Da próxima vez que eu me apaixonar
que seja por um anjo!



segunda-feira, 9 de janeiro de 2012




EMPRESTA-ME

Empresta-me o teu ombro
para descansar
as minhas mágoas

empresta-me
a tua compreensão
para despejar a minha frustração

empresta-me
a tua atenção
porque as minhas lágrimas
não são de hoje

Pudera eu não ter acordado hoje
nascido fora do prazo
esquecer processos
das páginas do dia chuvoso
das caudas de todas as estrelas cadentes
dos seixos da falsa-fé
de um sol azul enviesado
Mas não me vejo em outras órbitas
que não seja a dor

Empresta-me o teu ombro
- qualquer coisa sólida
para me suster deste abismo
cavado na minha memória
deste avalanche
de sonhos em declínios
das sombras de todos os dias

empresta-me a tua alma
para aliviar o meu desgosto




Poemas inéditos

a poesia escreve-se com letras conjugadas mas o bom da poesia está nos olhos de quem a interpreta