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terça-feira, 21 de janeiro de 2014

DO UNIVERSO QUE ERA SÓ MEU





Sinto saudade da minha infância
foram tempos de muita dificuldade
mas eu tinha um universo que era só meu

Após conhecer esse mundo incomensurável
catalogado pela cor da pele E de posses
de pequenos deuses E grandes artifícios
homens E mulheres atrás de máscaras
lascívia travestida de pedras preciosas
fantoches rendidos às migalhas dos que governam pela força…

Sinto saudade da minha infância, do meu universo
porque o resto é pura hipocrisia, é teatro

que a História há de revelar!




segunda-feira, 13 de janeiro de 2014


NÉVOA DE LUZES 
A névoa de luzes que trago na mão
da vela dourada plantada nos olhos,
cresce no viés do vento ferido
pelo abismo dos meus passos errantes
em voo harmonioso
colhendo o sofrimento dos outros

pedras preciosas da estrada marrom
que me leva à madrugada
de lembranças E sonhos
do impenetrável mistério do céu
que cobre a minha sombra

Vejo o sol disperso
de mórbidas cores que apodrecem
nas rimas da vida, nas feridas da alma
gotejando luzes que caem da vela dourada
como o choro das aves que se levantam em ondas

ando com os pés descalços
mas agora me apetece voltar para casa
abrir a janela E deixar fluir o rio que há em mim
libertar os anseios como pássaros engaiolados
soltar-me no espaço E regressar-me à vida!




Poemas inéditos

a poesia escreve-se com letras conjugadas mas o bom da poesia está nos olhos de quem a interpreta