

Ouço uma música subindo ao céu
Desnudando a minha alma
E um negro véu de lágrimas espalmadas
Cobre o meu rosto, pousada silente
Sinto a melodia assoreada penetrando a medula
Cegando a minha existência
Como um velho tísico
Saio à procura das palavras E não as encontro
Apenas réquiem, apenas níqueis de solfejos
apenas a música que sobe nas carótidas
até às colinas do meu cérebro
claves rendilhadas de espumas
das trilhas sonoras
da minha dor em convulsões
a húmida música que inunda meus olhos
que de todas as vezes que chorei foi por uma mulher
E das vezes que sorri foi por mim mesmo
Essa triste melodia são as torres que edifiquei
Nos areais da minha juventude
E me lembram que a morte
É como as ruínas de um farol
E me lembram que meus sonhos renascerão
Enquanto a chama do amor estiver viva!

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