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sexta-feira, 16 de setembro de 2011

música E lágrimas



Ouço uma música subindo ao céu
Desnudando a minha alma
E um negro véu de lágrimas espalmadas
Cobre o meu rosto, pousada silente
Sinto a melodia assoreada penetrando a medula
Cegando a minha existência


Como um velho tísico
Saio à procura das palavras E não as encontro
Apenas réquiem, apenas níqueis de solfejos
apenas a música que sobe nas carótidas
até às colinas do meu cérebro
claves rendilhadas de espumas
das trilhas sonoras
da minha dor em convulsões

a húmida música que inunda meus olhos
que de todas as vezes que chorei foi por uma mulher
E das vezes que sorri foi por mim mesmo

Essa triste melodia são as torres que edifiquei
Nos areais da minha juventude
E me lembram que a morte
É como as ruínas de um farol
E me lembram que meus sonhos renascerão
Enquanto a chama do amor estiver viva!

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Poemas inéditos

a poesia escreve-se com letras conjugadas mas o bom da poesia está nos olhos de quem a interpreta