Páginas

segunda-feira, 13 de janeiro de 2014


NÉVOA DE LUZES 
A névoa de luzes que trago na mão
da vela dourada plantada nos olhos,
cresce no viés do vento ferido
pelo abismo dos meus passos errantes
em voo harmonioso
colhendo o sofrimento dos outros

pedras preciosas da estrada marrom
que me leva à madrugada
de lembranças E sonhos
do impenetrável mistério do céu
que cobre a minha sombra

Vejo o sol disperso
de mórbidas cores que apodrecem
nas rimas da vida, nas feridas da alma
gotejando luzes que caem da vela dourada
como o choro das aves que se levantam em ondas

ando com os pés descalços
mas agora me apetece voltar para casa
abrir a janela E deixar fluir o rio que há em mim
libertar os anseios como pássaros engaiolados
soltar-me no espaço E regressar-me à vida!




4 comentários:

  1. A Névoa das luzes que trago na mão, sugere a Névoa que por vezes trazemos nos olhos. Nem pássaros engaiolados nem rios a fluir fora das margens. O poema passa a ser de quem o lê depois de publicado, porque irá ter livre interpretação; irá ser como o abstrato que cada um saberá ler na sua própria linguagem. Sugere-me a vontade de ver o rio fluir e sair das margens sem olharmos às consequências, acreditando apenas na beleza do que vemos, esquecendo o lado que não conseguimos ver. Parece-me um poema de alguém num momento confuso, alguém que pretende apagar com os seus pés a sombra dos seus sapatos. Reconheço alguma beleza mas alguma confusão. Apreciação desprendida de preconceitos.

    ResponderEliminar
    Respostas
    1. O primeiro erro neste comentário é tentar relacionar o poema com o autor, o resto são reflexos do leitor tentando se rever nas palavras do autor.

      Eliminar
  2. Porque não concordar? Um poema quando apreciado por outro que não o autor, sempre tem algo a ver com quem o lê e interpreta. Não discordo de todo do seu comentário. No entanto reconheço que é um poema ineteressante.

    ResponderEliminar

Poemas inéditos

a poesia escreve-se com letras conjugadas mas o bom da poesia está nos olhos de quem a interpreta