

Ontem eu vi a tempestade
retumbando na avenida
todos os trens da via láctea
eu apenas sorri à violência do seu olhar
senti arrepios grávidos de desejos
nos raios glaciais da minha mão em revoada
hórridas velas que sangram de luzes
enquanto o sol insiste em não morrer
com os tristes pássaros que reboam
buscando a primavera
enquanto passa a tempestade
colho bocados de vidro E de flores
moldo frases bordejados de suor
feéricas sonoridades de lágrimas ronceiras
que estancam a avenida!
