sexta-feira, 16 de setembro de 2011
música E lágrimas
Ouço uma música subindo ao céu
Desnudando a minha alma
E um negro véu de lágrimas espalmadas
Cobre o meu rosto, pousada silente
Sinto a melodia assoreada penetrando a medula
Cegando a minha existência
Como um velho tísico
Saio à procura das palavras E não as encontro
Apenas réquiem, apenas níqueis de solfejos
apenas a música que sobe nas carótidas
até às colinas do meu cérebro
claves rendilhadas de espumas
das trilhas sonoras
da minha dor em convulsões
a húmida música que inunda meus olhos
que de todas as vezes que chorei foi por uma mulher
E das vezes que sorri foi por mim mesmo
Essa triste melodia são as torres que edifiquei
Nos areais da minha juventude
E me lembram que a morte
É como as ruínas de um farol
E me lembram que meus sonhos renascerão
Enquanto a chama do amor estiver viva!
sexta-feira, 2 de setembro de 2011
Pôr-Do-Sol
Flor púrpura
azeite esmeralda cor do mar
manchas endoidecidas
silhuetas pensativas
de nuvens abertas nas folhagens flamejantes do meu ser
taças douradas entornadas de laranjas ardentes
cubro meus anseios
com o manto triste do crepúsculo
que absorve as luzes
gotas de calcium
pôr-do-sol
minhas pálpebras em declives
diagonais, impressionismos
bocados de mim em espirais
mirando o sonolento poema
solto no céu
pôr-do-sol
onde as palavras caminham em linhas frescas
não há tempo na eternidade
não há centros nos espaços em suspiro
(como o meu corpo treme!)
suspiro de lâmpadas do íris
como canta menina azul da esferográfica
sobre o muro de mágoas que pende meus dedos
pôr-do-sol
rúbrica ligeira
autografada no céu
pela natureza
a mãe de todas as coisas!
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Poemas inéditos
a poesia escreve-se com letras conjugadas mas o bom da poesia está nos olhos de quem a interpreta