No avelã dos meus olhos
há um bosque
espelho da minh`alma
E das cinzas em algas
do vasto rio que trespassa
as fragas dos meu rosto
deixei de ser o velho homem
para sorrir com a madrugada
E não julgar
a mão oblíqua
acariciando o meu andrajo
Manhã de Dezembro
hora de me tornar à vida
luz que ilumina o escuro deserto
da estrada que divide o meu cérebro
há anos que estou andando
entre argilas
E suor
em busca de um lago
para banhar o meu corpo
e regar a minh`alma
Manhã de Dezembro
presente de Deus
preciso destes
eternos momentos
para nunca mais chorar
das manhãs de Dezembro
como hoje
dedo de Deus
em girassol
sem pretéritos
nem ocasos
Fria, calada
desejada
manhã de Dezembro
quando bebo os raios do sol
vejo em ti
a presença do Deus divino!