Posso tudo
Se eu
pudesse apagar o meu medo
varrer os recônditos
da minha memória engessada
agitar as
águas do tanque de Betesda
E ser-me em
esplendor
Se eu
pudesse ter domínio dos meus sonhos
das palavras
que distorcem a vontade
E guardar
dos que me querem mal
a virtude E
o caracter de homem bom
se eu
pudesse trocar toda a ambição que me invade
pelo simples
fogo de lenha do pobre
preservando a
pura poesia que aprendi do Senhor
Se eu
pudesse esquecer tudo o que aprendi
E perder-me
nas horas descontinuas de uma flor perfumada
sentindo o
gosto da terra que pisei na infância
reinventar o
poente para enterrar a dor
entre
rochedos E ervas E nascer de novo…
Por mim
mesmo não
mas posso
tudo Naquele que me fortalece!