Flor púrpura
azeite esmeralda cor do mar
manchas endoidecidas
silhuetas pensativas
de nuvens abertas nas folhagens flamejantes do meu ser
taças douradas entornadas de laranjas ardentes
cubro meus anseios
com o manto triste do crepúsculo
que absorve as luzes
gotas de calcium
pôr-do-sol
minhas pálpebras em declives
diagonais, impressionismos
bocados de mim em espirais
mirando o sonolento poema
solto no céu
pôr-do-sol
onde as palavras caminham em linhas frescas
não há tempo na eternidade
não há centros nos espaços em suspiro
(como o meu corpo treme!)
suspiro de lâmpadas do íris
como canta menina azul da esferográfica
sobre o muro de mágoas que pende meus dedos
pôr-do-sol
rúbrica ligeira
autografada no céu
pela natureza
a mãe de todas as coisas!
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