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terça-feira, 6 de abril de 2010

Soletrando O Sol

uma árvore esbracejando
como lágrimas pulverizadas
pelo luar ao meio-dia
em prosas desérticas
coleando terços de água
numa estrada vendada

letras pó de mármore
janelas abertas invisuais
tatuagem nos olhos de barcos errantes
átomos da alma com sabor a limão
névoas sombrias do sol encurvado
sobre as minhas lágrimas descalças
vendendo lenços aos que choram

esfinge emplastrada de suor
clivagem de risos ritmados

quase sempre
escadas obtusas de dedos que descem arvorados
esmagando as bagas de luzes oblíquas
caminhando entre teias E laços
prosélitos das folhagens
de um canto inacabado

a face do mundo
são anéis orvalhados
solfejos solvidos soletrando o sol

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Poemas inéditos

a poesia escreve-se com letras conjugadas mas o bom da poesia está nos olhos de quem a interpreta