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segunda-feira, 2 de maio de 2011

Não tenho nada a dizer





Não tenho nada a dizer

De saco E cinzas
de lama E de fel
são as minhas vestes de celebração!
não me perguntem mais nada
não tenho nada a dizer


minha mente desdobra-se em tábua rasa
meus lábios empalhados
meu coração envolto em teias E brumas
fazem de mim um prisioneiro
nada tenho a dizer
porque estou farto da hipocrisia!

esse tempo todo lutei contra moinhos de vento
morri pelas causas perdidas
segui pegadas na areia movediça
andei atrás de luzes E cruzes
acreditei nos ideais burilados
mesmo quando incendiaram a minha casa de colmo
escrevi versos embandeirados
liderei marchas anacrónicas
entreguei meu corpo ao sacrifício

hoje meu corpo
é um jazigo de tristeza, um túmulo de desenganos
estático E mudo, meu corpo desliza no tempo
ao sabor das marés lacrimejadas de suor...

nada mais tenho a dizer!

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Poemas inéditos

a poesia escreve-se com letras conjugadas mas o bom da poesia está nos olhos de quem a interpreta