O sol não
entardeceu naquele dia
ninguém passou
por nós E cumprimentou
ninguém
perguntou nada
sobre as
enguias de luzes na fímbria do mar
dos aneis
dourados de silêncio
como pássaros
que voam em circulo
Estávamos
juntos
construindo o
Novembro com as pedras de um rio
juntos ao
desembarcadouro da solidão
no cais
de Palmeira coroada de terra até à raiz
dormimos
juntos após o suor do fogo dos nossos abraços
entrelaçados
na selva dos nossos desejos
E deste-me do
teu vinho nas tuas mãos em conchas
E fizemos das
sombras crepúsculares
das algas E de
beijos como névoas ritmadas
velas que
adejam as estrelas.
Isto escurece
porque te amo
E a única luz
que prevalece vem dos teus olhos
Ninguém disse
nada
porque o mundo
era apenas tu E eu
navegámos sem
destino E o cais entristeceu
E eu te amo em
girândulas de sonho!
29 de Julho de 2012