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segunda-feira, 30 de julho de 2012

Tarde de Novembro




O sol não entardeceu naquele dia
ninguém passou por nós E cumprimentou
ninguém perguntou nada
sobre as enguias de luzes na fímbria do mar
dos aneis dourados de silêncio
como pássaros que voam em circulo


Estávamos juntos
construindo o Novembro com as pedras de um rio
juntos ao desembarcadouro da solidão
no cais de Palmeira coroada de terra até à raiz


dormimos juntos após o suor do fogo dos nossos abraços
entrelaçados na selva dos nossos desejos
E deste-me do teu vinho nas tuas mãos em conchas
E fizemos das sombras crepúsculares
das algas E de beijos como névoas ritmadas
velas que adejam as estrelas.
Isto escurece porque te amo
E a única luz que prevalece vem dos teus olhos



Ninguém disse nada
porque o mundo era  apenas tu E eu
navegámos sem destino E o cais entristeceu
E eu te amo em girândulas de sonho!

29 de Julho de 2012




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Poemas inéditos

a poesia escreve-se com letras conjugadas mas o bom da poesia está nos olhos de quem a interpreta