Aquele vidro embaciado pela chuva
que
caía dos olhos
já nem me lembro se doeu
mas guardo aquele estrondo
a esfera, o botão de paris
já nem me lembro se doeu
mas guardo aquele estrondo
a esfera, o botão de paris
da
hora esquecida
em que a lámina traçou o rio vermelho
como
o nilo E o tamisa
que
nascem no meu rosto
E
desaguam no teu ventre
dizem que é amor
a
luz que acendeu
geometricamente
atravessando o corredor dos
sentidos
como bandeiras agitadas pelo suspiro
dos beijos
dos dois corpos hemisféricos
dois
terços de mim é água
E o outro terço se afoga
E o outro terço se afoga
em
conjecturas
buscando
o sentido da chuva ridente
das algas submersas ao sol azedado.