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terça-feira, 18 de fevereiro de 2014

VINTE E TRÊS




















Aquele vidro embaciado pela chuva
que caía dos olhos
já nem me lembro se doeu
mas guardo aquele estrondo
a esfera, o botão de paris
da hora esquecida 
em que a lámina traçou o rio vermelho
como o nilo E o tamisa
que nascem no meu rosto
E desaguam no teu ventre

dizem que é amor
a luz que acendeu
geometricamente
atravessando o corredor dos sentidos
como bandeiras agitadas pelo suspiro dos beijos
dos dois corpos hemisféricos
dois terços de mim é água
E o outro terço se afoga
em conjecturas
buscando o sentido da chuva ridente
das algas submersas ao sol azedado.





















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Poemas inéditos

a poesia escreve-se com letras conjugadas mas o bom da poesia está nos olhos de quem a interpreta