I
Tudo o que eu quis
era estar na solidão dos outros
acampar as fragas de outro ser
que fosse apenas uma curva
tudo o que eu quis
só existe dentro de mim
por mim E mais ninguém
fragmentos de átomos azuis
que caem dos meus olhos
Sou apenas o espectro de outro ser
fiapos de nuvens de mim
fui plantado em terra húmida
com barro E sangue
musgos E mágoas
de monstros açucenas
em todas as paragens da vivência
sorvendo o gosto salgado do mel
que escorre dos olhos da vida
a solidão é apenas
o adubo das minhas raízes
A morte é um orvalho
de Outonos em intervalos
dos pequenos pontos do i
Gasto horas nas vertentes
vendo a vida a passar de tabuletas
enchendo o meu fosso de lembranças
que passam por mim
deixando peugadas no meu cérebro
II
A vida dos homens é erigir cruzes
criar estrelas em hiroxima
feiras de dentaduras
pequenos eus em outros eus
III
Vejo E velejo
veleiros em fila
subindo ondas que o mar inventa
a distribuir fados
Porque não leram as vítimas da guerra?
Porque não plantaram árvores
na alma do homem?
Na minha mesa
há uma ribeira endoidecida
deslizando dos meus olhos
dividindo as colinas
do meu rosto estatuado
Desde sempre que não me vejo
Meio dia nos meus olhos
meia noite na minha alma
horas mortas dos meus sentido
Cais azulejo meus impulsos
mágoas apócrifas
…
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