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terça-feira, 2 de novembro de 2010

Olhos de luz








Olhos de luz


Um quarto arejado
paredes em relva
execráveis
uma mesa, um planície de rendas
horizontes oblíquos
sorvo a escuridão num trago
violento

um quarto inclinado
no silêncio da alma
nos olhos de luz

um quarto
de átomos do meu corpo
grudados em intervalos

Quem eu amo
em cubos arredendados
no vértice da abóboda distorcida
palavras polaridas

como gostaria de estar dentro de mim
quando fecho a porta do quarto
E levar-me para fora
para junto de quem amo

A minha cama é um vale
que ondula
nos lençóis de água
do meu quarto de tempo

o meu quarto
um quarto de mim
em quarto crescente
na terra poída do meu rosto

não consigo viver longe de mim



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Poemas inéditos

a poesia escreve-se com letras conjugadas mas o bom da poesia está nos olhos de quem a interpreta