terça-feira, 30 de novembro de 2010
Mesa de Cedro
Mesa de Cedro
Na mesa de cedro
a poeira declama a suave poesia na brisa
do telhado esburacado
um ballet perfeito de cinzas douradas
ao som da flauta do vento
na mesa de cedro
os sonhos são filmes que passam
desenhando nela
barcos à vela
sonhos de cinderella
a mesa de cedro lê os lábios esquivos
dos que sentaram nela
E pintaram de preto
o fundo das chávenas
uma velha mesa de cedro
num canto esquecido
relembra as finas botas cheirando a graxa
as conversas à toa
as mãos gordurosas
suspiros apaixonados
ferros velhos, cacos de vidro
a mandria do barman
as obscenidades do freguês
a mija do gato arrepiado
mesa de cedro
velha de cedro E lustro
manqueja com a brisa
E ri dos que a desprezam
o cedro não envelhece
os olhos é que perdem o brilho
das coisas que amaram no passado
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Poemas inéditos
a poesia escreve-se com letras conjugadas mas o bom da poesia está nos olhos de quem a interpreta
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